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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mafalda completa 50 anos mais atual do que nunca

Mafalda, a garotinha argentina criada por Quino em 1964, famosa por deixar adultos de cabelo em pé com suas tiradas e perguntas, completa 50 anos. A célebre personagem dos quadrinhos é uma das 10 figuras argentinas mais famosas do século 20.



"Às vezes fico surpreso como algumas tiras desenhadas há mais de 40 anos ainda podem ser aplicadas a questões de hoje", declarou o roteirista e desenhista argentino de 81 anos, em uma entrevista concedida à AFP.

Os temas favoritos de Mafalda são os problemas econômicos e sociais, as desigualdades, a injustiça, a corrupção, a guerra e o meio ambiente.



O Festival Internacional de Quadrinhos de Angulema (sudoeste da França) montou uma exposição em homenagem a Mafalda. Também há exposições previstas na Argentina, Itália, Espanha, Canadá e México sobre a garotinha e os 60 anos de carreira de seu autor, cujo nome verdadeiro é Joaquín Salvador Lavado Tejón, nascido em 17 de julho de 1932 em Mendoza (oeste da Argentina).

Embora tenha se exilado em Milão em 1976 com o golpe militar, Quino contou à AFP que "Mafalda não foi censurada". "Acredito que porque a arte das tiras era considerada um gênero menor, que não representava uma ameaça como voz histórica. Os desenhos não aparentavam ser uma arte altamente intelectual e eram percebidos como entretenimento".



Sobre o encerramento das tiras 10 anos após sua criação, Quino esclarece que acabou com a série porque "estava cansado de fazer sempre a mesma coisa". "A decisão passou até por áreas conjugais, porque minha mulher estava chateada de não saber se podíamos ir ao cinema, convidar pessoas para jantar, porque eu ficava até as 10 da noite com as tiras".

"Além disso, era muito difícil não repetir. Quando não tinha mais ideia, recorria a Manolito ou a Susanita, que eram os mais fáceis. Se tivesse continuado, os mais ricos eram Miguelito e Libertad".



Sobre a comparação feita entre Mafalda e Charlie Brown, personagem criado pelo americano Charles Schulz, Quino observa que "Charlie Brown vive em um universo infantil próprio, do qual estão rigorosamente excluídos os adultos, com a diferença de que as crianças querem virar adultos. Mafalda vive em um contínuo diálogo com o mundo adulto, mas o rejeita, reivindicando o direito de continuar sendo uma criança".

Questionado, por fim sobre por quê encerrou o trabalho com Mafalda, refletiu: "Havia um professor da minha geração, Oski, e ele nos disse que nunca tivéssemos um personagem fixo. E que se tivéssemos, deveríamos pegar a tira e tapar o último quadrinho com a mão. Se o leitor adivinhasse como terminaria, deveríamos parar de fazê-lo. Me pareceu um bom momento e não imaginei que 40 anos depois continuaria vigente".

Com informações da AFP

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Silo Cultural expõe vida e obra de Zé Kleber



FOTO: DIVULGAÇÃO
Coquetel de abertura será amanhã e a exposição pode ser vista até o dia 20 de fevereiro

PARATY
Acontece amanhã, o coquetel de abertura da exposição sobre a vida e obra de Zé Kleber, grande poeta, músico e ator. O coquetel será às 20 horas, o Silo Cultural fica na Rua Dr. Samuel Costa, 12, Centro Histórico (Em frente à Casa da Cultura. EWA entrada é franca e a classificação é livre, a exposição pode ser vista de segunda a sexta-feira das 9 ao meio dia e das 13 as 18 horas, até o dia 20 de fevereiro.
Esta exposição já esteve aberta em outras ocasiões, mas desta vez seus painéis serão acompanhados por objetos pessoais do homenageado, como fotos, manuscritos e troféu Casimiro de Abreu - II Torneio Nacional da Poesia Falada.
José Kleber é filho de antigas famílias de Paraty, as famílias Martins, Almeida e Cruz. Após passar parte de sua infância e juventude em outras cidades, formou-se advogado e mudou-se para Paraty, onde advogou direito cível e criminal, ocupando por um tempo a função de promotor público.
Deu aulas no Ginásio Paratiense, onde se tornou o ídolo daquela geração por sua inteligência e dinamismo. Em razão de suas ideias revolucionárias, foi perseguido após a Revolução de 1964, sendo inclusive processado, porém absolvido.
Durante toda a sua vida, foi um boêmio inveterado, amigo de serestas, bailes e grandes farras. Nestes encontros, travou conhecimento com expoentes da literatura, música e artes plásticas que frequentavam Paraty. Ainda jovem, publicou no Rio de Janeiro seu primeiro livro de poemas -Praia do Sono, em que destaca a bucólica Paraty que conheceu.
O Valhacouto, um bar que abriu em Paraty, foi o “point” dos turistas até seu fechamento, e reunia a “nata” da intelectualidade paulista e carioca que aqui vinha. Este é o período mais fértil de sua criatividade literária, como as Odes e Elegias, e as canções até hoje cantadas pelo povo.
Participou de diversos filmes rodados na cidade, como Azilo muito louco, Memórias do Cárcere, contracenando Leila Diniz em Mãos Vazias, quase todos rodados em sua fazendo na Itatinga. Por um tempo afastou-se da vida urbana e passou a residir nesta fazenda, onde reunia os amigos e os “loucos”, hippies do tempo “faça amor, não faça guerra” e “sexo, drogas e rock and roll”.

Dono de uma memória extraordinária e de uma voz envolvente, era fã declarado dos poetas portugueses José Régio e Fernando Pessoa, de quem declamava imensos e belos poemas, intercalados às suas canções e baladas. O hino extra-oficial da Cidade é de sua autoria. Nos carnavais ainda se executam suas marchas ranchos, conhecidas por todos

Diretoria do Fórum de Cultura de Campinas toma posse hoje

O Fórum de Cultura de Campinas, dará posse aos seus novos membros hoje dia 27 de janeiro, às 19h30. A cerimônia de posse da nova diretoria, eleita em dezembro do ano passado, acontece no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas. O diretor do Sinpro Campinas, professor Eduardo Cezar da Silva será o presidente do Fórum.


Veja a carta divulgada pela Diretoria eleita do Fórum de Cultura de Campinas:

Formado por artistas, produtores e fazedores de Cultura em geral, o Fórum de Cultura de Campinas encontrou resistência, às suas reivindicações, pela falta de abertura do Governo anterior. As discussões de políticas públicas, que viabilizam o exercício da plena cidadania, foram enfraquecidas. Na conjuntura política atual, confiantes que neste Governo tenhamos melhor abertura, objetivamos favorecer o resgate deste espaço legítimo e necessário para o desenvolvimento cultural da nossa cidade.

Desta forma, o Fórum de Cultura de Campinas tem como meta ser uma articulação municipal permanente de entidades não-governamentais, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), empresas afins, movimentos populares e entidades privadas que representam os profissionais das respectivas áreas e atividades afins da cultura e das que atuam na defesa de direitos difusos e coletivos, acima de distinções religiosas, étnicas, ideológicas ou partidárias, aberta à cooperação com órgãos governamentais nacionais e internacionais, para a consecução de seus objetivos.

Com isso, a visão da nova diretoria entende que este Fórum tem um papel de suma importância na articulação da população com o poder público. Mas para que haja sucesso em nosso trabalho é imprescindível contarmos com a participação dos diversos segmentos da sociedade e, principalmente, dar “voz e vez” para toda a população, proporcionando o protagonismo na construção das políticas culturais de âmbito municipal, estadual e federal.

Há muito o que ser feito, mas trabalho, história de luta, engajamento e comprometimento certamente serão marcas do exercício desta nova gestão.

Para falar com o Fórum de Cultura de Campinas entre em contato pelo e-mail: forumdeculturacps@gmail.com

Fonte: Site da Contee

Rio apresenta edital de escolha da marca dos 450 anos da cidade

A Prefeitura do Rio, por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e do Comitê Rio 450 anos, promove nesta segunda-feira (27) uma apresentação do edital que vai escolher a marca dos 450 anos da cidade. Os interessados em participar do concurso poderão tirar todas as dúvidas no Centro Carioca de Design, localizado na Praça Tiradentes, das 10h às 15h. Técnicos do IRPH e integrantes do Comitê Rio 450 estarão presentes e apresentarão os itens do edital mais relevantes para a inscrição.


 
O concurso Designers de todo o Brasil poderão desenvolver um símbolo que traduza os 450 anos do Rio de Janeiro.
Em um segundo momento, os técnicos irão retirar todas as dúvidas restantes. O encontro é aberto a todos os interessados e não há necessidade de inscrições prévias. O IRPH também tem um canal de tirar as dúvidas sobre o edital. Os interessados podem enviar os questionamentos para o email editaisccd2013.rio450@gmail.com.

O concurso Designers de todo o Brasil poderão desenvolver um símbolo que traduza os 450 anos do Rio de Janeiro. As inscrições para o concurso, cujo edital está disponível em rio450anos.com.br, vão até o dia 3 de fevereiro. Os cinco finalistas receberão R$ 15 mil pela criação de dois projetos de marca.

O designer vencedor ganhará um prêmio total de R$ 125 mil. A marca deve simbolizar o que é mais carioca, além de celebrar a existência e persistência da cidade que, entre o mar e a montanha, encanta o mundo. O concurso público para a seleção dessa marca demonstra a preocupação da administração municipal em, além de conquistar um resultado de qualidade, fazer com que designers apresentem seus olhares sobre a cidade, estimulando a reflexão sobre o Rio da atualidade e do futuro. Além disso, o concurso reforça o compromisso da Prefeitura do Rio com a economia criativa e a inovação.

Entre os critérios para a escolha da marca dos 450 anos, está a fácil reprodutibilidade do símbolo. O Comitê Rio450 e o IRPH desejam que a marca seja apropriada pela população, a exemplo do que aconteceu com o desenho criado por Aloísio Magalhães. Na ocasião, em vez de optar por um dos cartões-postais da cidade, Magalhães optou pelo algarismo quatro, criando um símbolo geométrico que captou o espírito da festa de 400 anos com maestria e que ainda se faz presente na paisagem carioca.

O concurso é composto de três fases, sendo a primeira de habilitação técnica e jurídica. A segunda prevê uma entrevista para a apresentação conceitual da marca dos 450 anos. Apenas cinco escritórios seguem para a etapa final.

Cada finalista receberá R$ 15 mil para o desenvolvimento de duas identidades visuais. O grande vencedor prestará um acompanhamento ao longo de três meses para a implementação da marca vencedora.

Fonte: Correio do Brasil


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Caipira, sim sinhô


Ana Lúcia Nunes e Mário Henrique

Juraildes da Cruz é cantor e compositor. Sertanejo, caipira, popular e com orgulho dessa condição. Ganhou mais de cem festivais de música, desde 1976. Atualmente, além de compor, está na estrada com o show infantil Os meninos, título homônimo de seu último CD.



Ele nasceu em Aurora do Tocantins, quando ainda se chamava Aurora do Norte, então estado de Goiás. Cresceu no pé da Serra Geral, onde a família possuía um pedaço de chão. Lá, como ocorre em várias regiões de Goiás e Tocantins, quase todos os moradores eram parentes entre si.

Aos nove anos, Juraildes chegou em Goiânia com seus pais buscando um tratamento contra lombrigas. Pilheriando, ele conta que estava quase morrendo. A família gastou os únicos recursos que tinha. O pai queria voltar a todo custo, mas finalmente a mãe fincou o pé na capital. Ela também desejava dar um futuro melhor aos filhos, queria que estudassem.

Juraildes conta que não chegou a realizar o sonho da mãe, tampouco desistiu de realizá-lo. Depois de mais de 30 anos fora da escola, ele retornou e concluiu o ensino médio, e agora mira a faculdade de Letras.

Com carinho, Juraíldes guarda as lembranças da vida no campo:

— Eu vim para Goiânia aos nove anos, mas eu acho que o tempo que passei no campo foi a fase mais importante da minha vida. Foi uma época fértil na minha vida. Então eu tenho isso marcado profundamente na alma.

FESTIVAL DE MÚSICA

O compositor não esquece suas raízes nem as influências musicais recebidas ainda na infância:

— Até hoje, o que me motiva a tocar é o que eu escutava quando menino. No Pé da Serra Geral eu ouvia as cantigas de roda, as músicas da cultura popular brasileira, algumas trazidas de Portugal, músicas de São Gonçalo que geraram as cantigas e sambas de roda. Elas tocavam nas festas de fazendas, com sanfona e pandeiro. Meu pai era tocador de pandeiro. Então as músicas que me influenciaram foram as de Luiz Gonzaga e as sertanejas autênticas, que eu ouvia muito meus tios tocarem.

A primeira música considerada popular — mas da cidade — que o cantor ouviu foi Das Terras de Benvirá, de Geraldo Vandré. Ele conta que gostou muito da música e comprou o disco. Depois, aos poucos, foi conhecendo outros gêneros musicais, pouco divulgados em Goiás.

A história de Juraildes com a música começou como a de muitos grandes artistas anônimos, segundo o compositor:

— Eu tinha um vizinho que tocava violão e senti vontade de aprender. Logicamente eu já trazia na alma uma sensibilidade que tinha de se manifestar através de alguma coisa, da arte, da música. Aprendi a tocar mais para fazer serenata paras as moças que achávamos bonitas, mas não tinha a intenção de compor.

Depois vieram outras letras, como a Pai João, com a qual participou do Gremi de Inhumas (GO). Juraildes conta que participou deste Festival, em 1976, meio por acaso:

— Uma pessoa que ia tocar violão para um amigo meu, cortou o dedo e ficou impossibilitado de ir. Então fui convidado para substituí-lo. Como ainda era eliminatória, havia tempo para inscrever trabalhos. Esse amigo me perguntou, ainda na estrada, se eu não tinha nenhuma composição. Eu disse que tinha e ele me estimulou a inscrevê-la. E eu que tinha ido lá para acompanhá-lo, inscrevi a música e acabei ganhando.

O compositor, que na época tinha cerca de vinte anos, ficou muito animado com a vitória. Ele conta que, após receber o prêmio, resolveu dedicar-se integralmente à música.

Antes de se profissionalizar — e ainda hoje — Juraildes levava uma vida bastante simples. Como qualquer homem do povo, trabalhava. Ele trabalhou em lanchonete, vendia alho e cebola na rua e foi operário da construção civil.

— Quando começaram os festivais, eu ganhava um dinheirinho aqui, outro acolá, e assim as coisas foram acontecendo, até eu gravar meu primeiro CD. Foi quando começou minha carreira, em 1991. Mas desde que comecei a participar de festivais, passei a viver deles. Ganhei mais de cem festivais. Alguns dão ajuda de custo, hospedagem. Outros, a gente ia com a cara e a coragem. Se ganhasse voltava, se não ganhasse dava um jeito.

Juraildes da Cruz fez uma parceria com seu conterrâneo Genésio Tocantins e eles viajaram o Brasil todo participando de festivais de música.

Participaram de mais de cem festivais, entre eles o Festival Tupi (1979), onde estiveram Caetano Veloso, Elba Ramalho, Fagner, Oswaldo Montenegro e Alceu Valença, entre outros, ficando no quarto lugar com a composição Dodói. Juraildes também foi classificado em vários concursos, inclusive obtendo um segundo lugar em um concurso de televisão.

Os festivais, ele explica, são um instrumento importante para o início de carreira:

— Os festivais eram uma vitrine para quem não nascia dentro dos holofotes, com padrinhos. Por algum tempo, quando havia festivais, a grande oportunidade de mostrar seu trabalho era subindo no palco e cantando. Mostrar seu trabalho numa atividade competitiva, no fundo, não é muito bom como resultado. A arte como competição não cresce. A tendência é se atrofiar com o passar do tempo. Mas não tinha outra forma. O festival servia como um ponto de apoio para um salto maior. O artista não pode é conviver com ele eternamente.

CANTOR, COMPOSITOR

Juraildes é um dos melhores compositores de música regional, caipira e popular do país. Suas composições são cantadas por Pena Branca e Xavantinho, Margareth Menezes, Xangai, Rolando Boldrin, Rubinho do Vale, Titane e até por artistas do que ele chama de "meio comercial". Juraildes conta que não tem nenhum segredo para compor:

— Eu componho aqui nesse barulho da cidade. Eu saí do mato, mas o mato não saiu de mim. Isso tudo é a influência que trago desde menino.

Além de excelente compositor, Juraildes é também cantor. Mas, muito modesto. Afirma que tem muita dificuldade em dizer que é cantor porque, segundo ele, ainda está estudando para desenvolver a melhor maneira de expressar o que compõe.

— Eu toco o básico do violão. Toco do meu jeito [ele toca violão pelo lado direito e pelo esquerdo], diferente dos outros. Tenho um estilo de tocar, uma forma diferente, uma levada para tocar, se a gente examinar. O violão, para quem faz música se apoiando nele, tem uma importância fundamental, no sentido de dar uma característica diferente para o trabalho. Ele é tão importante quanto a letra. Mas no meio industrial, essa arte não tem importância. Neste meio o que importa é uma melodia fácil e uma letra legível.

MÚSICA COMERCIAL

Ele faz questão de deixar bem claro que, na verdade, existem dois tipos de música sertaneja:

— Existe a música sertaneja da moda de viola e a música da indústria do entretenimento. A "sertaneja" hoje é resultado da mistura de rock; "jovem guarda" [yê-yê-yê, versão embaixada dos ianques no Brasil] com músicas de duplo sentido. A música sertaneja é a moda de viola, com um assunto legal, com uma letra boa. Isso é muito bonito. A música boa é independente do estilo. Agora, que têm uns estilos meio esquisitos, isso tem.

E continua distinguindo:

— Normalmente a música sertaneja do entretenimento não tem muita reflexão, pega a pessoa pela descontração. Mistura álcool com um monte de coisas e assuntos que se identificam com o dia a dia de cada um. Isso parece que gera um processo de ebulição e uma alegria que eu não sei se é verdadeira, mas que vai ajudando o "nego" a morrer mais ligeiro.

O cantor pensa que o ideal para a evolução do ser humano é encontrar uma maneira de tirá-lo desta situação deplorável de miséria, desemprego e promiscuidade.

Hoje no mercado fonográfico há uma grande pressão pelo lançamento de novos álbuns. As músicas são efêmeras, não há mais arte, apenas jingles que rapidamente se perdem, saem da moda. Esse tipo de música, que não pode ser chamado de arte, tem como objetivos gerar lucro para as gravadoras e alienar as massas.

As composições de Juraildes são de profundo caráter reflexivo. Algumas falam da natureza e da necessidade de preservação do planeta, da força e união do povo, da necessidade do caipira se impor, etc. Ele acredita que atualmente o papel de suas composições é contribuir para elevar a consciência política do povo e libertar o mundo em que vivemos.

NÓIS É JECA

A defesa do caipira está presente em uma das composições mais conhecidas de Juraildes,Nóis é jeca, mas é jóia.

Juraildes conta que essa música é, ao mesmo tempo, regional, nacional e internacional. Primeiramente ele questiona o "falar correto". Para ele, somente a gramática não é relativa, o falar é relativo:

— Em Nóis é jeca, mas é jóia, eu estou falando da forma de comunicação do caipira, quando ele, como caipira, toma posição frente à sociedade como gente de valor. Ele não conhece a robótica, a farmacêutica, mas conhece das plantas medicinais, que é onde o farmacêutico vai buscar conhecimento para fazer os remédios.

EXCLUSÃO, JABÁ

— Hoje, a exclusão é profunda. Até podemos interpretar isso como censura. É a exclusão do belo, do natural, do original. Isso tudo está sendo excluído porque não faz parte do artificial e é o artificial que vende. Produto de mercado não pode ter durabilidade nem ser bom, igual a essa "tecnologia" que temos hoje, feita para ser frágil porque senão o mercado não tem rotatividade. O que é sério e original não tem valor no mercado porque vai vender uma vez e não vai vender mais — defende Juraildes.

Mas o artista tem que encontrar uma forma de driblar esta situação, permanecendo íntegro, com a consciência tranqüila e sem morrer de fome.

Em Goiás, ele tem o apoio de algumas rádios, mas relata que nas grandes, do meio comercial a coisa é diferente. Ele conta brincando que nunca pagou jabá, até mesmo porque lhe faltam recursos para isso.

Para Juraildes as influências políticas são determinantes no espaço do monopólio dos meios de comunicação:

— Eu falo das oportunidades controladas pelas influências políticas e isso é que faz que uns apareçam mais e outros não. Tem gente com muito talento, mas não tem influência política: não serão conhecidos. Outros, não têm talento, mas influência política, aí tão sempre aparecendo. Há os que têm os dois.

O cantor e compositor argumenta que a ditadura do monopólio dos meios de comunicação está implícita no mercado. Só toca o artista se o produto estiver enquadrado nas regras do monopólio.

MENINOS ESPERTOS

Juraildes lançou em setembro de 2006 o CD Meninos, que ele considera o melhor trabalho de sua vida. Oportuno, visto que no Brasil não existe exatamente música para determinadas faixas etárias, revela Juraildes:

— As crianças às vezes são obrigadas a ouvir bobagens, coisas da televisão, do rádio, da grande indústria, coisas que agridem a própria idade. Eles ouvem e aprendem aquelas porcarias. Por que você não pode fazer uma coisa que seja construtiva e que tenha um alcance também para o adulto? —diz Juraildes, e completa — Eu sofri algumas críticas neste trabalho, algumas pessoas acharam que eu fiz um trabalho muito rebuscado, por ser realizado para crianças. Eu poderia fazer esse trabalho de uma forma bem singela, bem amena, bem ingênua porque se tratava de crianças, mas eu não quis assim. Eu quis fazer um trabalho com perfil de gente que já pensa, de gente que já tem alguma coisa a dizer.

O Cd foi gravado através de um projeto cultural da Secretaria Municipal de Goiânia e tem 13 canções, todas muito alegres. Além de Juraildes, cantam 13 crianças do coral; os dois filhos do compositor — João Pedro e Gabriela — a cantora goiana Maria Eugênia e Adriana Jacintho, a própria professora do coral. Juraildes explica que o CD mescla músicas populares de domínio público, como cantigas de rodas, e músicas de sua própria autoria. Estas músicas que ele fez especialmente para este CD prezam por uma didática, falando de temas sociais e familiares.

Os shows deste CD começaram em 2006, mas prosseguiram em 2007. Segundo Juraildes, as apresentações tem contado sempre com casa lotada e pais e filhos na platéia, cantando e se divertindo:

— As crianças são muito musicais, e elas gostam de música e de cantar, se envolvem muito mais nas coisas que fazem do que os próprios adultos, com mais emoção, mais vibração. Os shows com as crianças tem tido uma resposta muito boa porque as crianças participam, os pais gostam. É uma coisa que está me surpreendendo.

Juraildes revela que quer investir mais neste tipo de trabalho e que já está até compondo novas músicas. Seu filho João Pedro, de nove anos, que passou a seguir o caminho do pai após participar deste CD, também já compôs uma nova música. Juraildes da Cruz afirma que deseja se aproximar do universo das crianças e aperfeiçoar este trabalho ao máximo.
Sempre, em seus shows, Juraildes gosta de brincar com o público, recitando poemas e ditados populares. Este é um dos que o público mais gosta, recitado, geralmente, após a música Nóis é jeca mas é jóia.

Eu falei pra você não confia no homi
Eu falei pra você não vota no homi
É muito mais fácil confiar num caminhão na banguela
Cheio de buraco na pista
Chofer com a perna só e curto das vista
E um doido gritando atrás:
Atola o pé motorista!

Janelas para o Tocantins
Do CD Hot-dog Latino
Olha aí meus caros amigos
Flores do meu caminho
O trabalho é o abrigo
Que nunca lhes deixa sozinhos
Me dê sua mão num abraço forte
Que o homem é quem faz a história
O homem é quem faz a sorte
E a união é a vitória

Com belezas naturais
E essa gente franca e bela
Quando quer o homem faz
Palmas nossa tela
Admirável mundo novo
Novo homem, nova era
Olha aí o Tocantins
No jardim da sua janela

Os Cds Meninos e Cantão pro mundo podem ser adquiridos pelo telefone (62) 3259 1735 e (62) 9906 3786, com o próprio compositor e custam R$20,00 + frete.

Regionalismo em dose dupla

Gêmeas mineiras apaixonadas por música brasileira, Célia e Celma participavam desde crianças das festas populares de Ubá, onde nasceram. Em meio a catira, cateretê, quadrilhas juninas, congados, folias de reis e observando a mãe cozinhar pratos típicos mineiros no fogão à lenha, as meninas criaram uma identidade cabocla, que não foi esquecida na cidade grande.

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— A arte que faz parte da nossa vida, nos acompanha desde sempre. Em uma família numerosa, 12 irmãos, ouvíamos muita música naquelas eletrolas de antigamente. Meu pai, italiano, gostava das clássicas, óperas, enquanto nossas irmãs mais velhas preferiam a MPB — conta Celma.
— Fora isso passava pela nossa porta desfiles de congado, folia de reis, etc, nos proporcionando um contato muito intenso com a cultura popular, que foi a primeira forma de expressão artística que nos chamou atenção. Começamos a cantar crianças como amadoras nos circos que passavam pela nossa região e na Rádio Educadora de Ubá.
— Tínhamos uma irmã que tocava acordeon e era locutora e cantora na rádio, e desde pequenininhas estávamos lá cantando música regional. Depois, juntamente com umas colegas do colégio, formamos o conjunto Garotas. Éramos cinco meninas tocando música popular em bailes — acrescenta.
Celma tocava baixo acústico, Célia bateria e as outras meninas: piano, guitarra e saxofone.
— A coisa deu certo e viajamos por muitos lugares com apresentações, tanto que resolvemos nos profissionalizar, mudando para o Rio de Janeiro, onde havia mais condições para isso. Só que as meninas acabaram desistindo, porque os pais não as deixaram ir para o Rio... Mas como nós duas somos muito corajosas, continuamos, nascendo assim a dupla. Na verdade, tivemos que enfrentar um falatório na cidade, pessoas que achavam ruim que duas meninas saíssem para tentar a vida artística, mas encaramos tudo e fomos. Isso era início da década de 1970 — diz Celma.
— Como dupla começamos com MPB, dando continuidade ao trabalho que fazíamos no Garotas. Cantamos em orquestras de baile, entre elas a do Ed Maciel, que foi uma escola para nós. Depois conhecemos o Carlos Imperial, que nos chamou para participar do conjunto Turma da pesada. Trabalhamos também no show do Miele & Boscoli, e como humoristas no programa do Moacir Franco — relata Célia.
Mas a música do interior sempre falou muito fundo na vida das gêmeas, e isso acabou vindo à tona.
— Em 1990 participamos de uma novela na extinta TV Manchete, interpretando duas moças do interior. O diretor nos pediu que fizéssemos um repertório só com músicas caboclas, interioranas, nos dando a oportunidade de reviver um pouco do nosso passado. Voltamos para um repertório que cantávamos quando crianças — fala Celma.
— Essa música nos toca profundamente, é uma volta ao próprio núcleo familiar. A partir daí decidimos prosseguir fazendo ritmos do sertão, de inspiração cabocla, rural, mas que se toca na cidade também. São Paulo, por exemplo, onde moramos atualmente, tem um público muito grande que ouve música regional — continua.
— Toda música que canta a natureza, o campo, o cotidiano da roça, que lembra o interior, é considerada regional. Ela identifica a região de onde vem. — acrescenta Célia.

Juventude violeira

Aos 20 anos de idade, e desde os 11 na estrada da música caipira, Bruna Viola quer levar o gênero até o conhecimento de toda juventude brasileira. Natural de Cuiabá, MT, grande admiradora e seguidora de Tião Carreiro, Bruna vem fazendo shows por várias cidades e estados brasileiros, e conquistando pessoas até de fora do país.

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— Minha paixão pela viola caipira vem desde pequenininha, quando frequentava a fazenda do meu bisavô materno. Ele gostava muito desse estilo musical e eu estava sempre em sua companhia pela fazenda. Assim criei um amor infinito pelo instrumento Viola Caipira e pelas músicas de raiz — conta Bruna.
— Na verdade, a música corre nas minhas veias, pois meus avós e meus tios maternos são todos músicos. Meus avós criaram os 5 filhos na música, mas não tocavam o estilo moda raiz e sim MPB, seresta etc. A moda caipira mesmo foi pura influência do meu bisavô.
Entre as modas de viola que ouvia sempre existiu uma preferência por Tião Carreiro e Pardinho.
— Tião Carreiro é meu grande ídolo. Inclusive ano passado, em 15 de outubro, completaram 20 anos sem esse nosso mestre, e em homenagem a ele fiz uma tatuagem da sua caricatura no braço. A dupla que mais ouvia quando pequena sem dúvida era mesmo Tião Carreiro e Pardinho, que sempre serão meus grandes ídolos. Porém, também ouvia e ouço muitas outras duplas que considero muito importantes, como Ronaldo Viola e Praiano, Goiano e Paranaense, Cacique e Pajé, Zé Mulato e Cassiano, e mais — relata.
A princípio, ainda bem menina, Bruna começou a tocar violão, mas, aos 11 anos de idade, ganhou sua primeira viola caipira e decidiu dedicar-se somente ao instrumento.
— Foi nela que aprendi a tocar o Pagode em Brasília, minha paixão, sempre inspirando-me na dupla Tião Carreiro e Pardinho. Mais tarde me inspirei também em Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Zico e Zeca, Liu e Léo, Goiano e Paranaense, Almir Sater, Renato Teixeira, Rolando Boldrin, Inezita Barroso, e em vários outros artistas sertanejos regionais e nacionais para aprender mais de viola — expõe.
— Assim que tive contato com o instrumento já comecei a fazer apresentações. Também foram surgindo convites para participar de programas regionais na televisão, e assim fui me profissionalizando, construindo uma carreira — diz.
Para se aprimorar, entre outros cursos, Bruna estudou técnica vocal e teoria musical no Conservatório Dunga Rodrigues, em Cuiabá, e foi criando seu jeito de tocar.
— Minha pegada musical é bem ‘pra cima’, um estilo de viola caipira bem jovem e arrojado, porque minha intenção principal é atingir a juventude. Quero fazer com que eles ouçam a música caipira, entendam, interpretem e sintam cada história, cada verso.
— Essas músicas são muito importantes porque sempre contam uma história da roça, também falam de amor, e até relatam acontecimentos tristes. Enfim, estão sempre retratando algo da vida do campo que é importante saber — fala Bruna.
— Quanto a fazer músicas, isso ainda não aconteceu. Gosto muito de criar solos instrumentais, porém inspiração para compor letra e melodia ainda não vieram, mas, quem sabe um dia.

VITÓRIA DA MÚSICA CAIPIRA

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Bruna é estudante de medicina veterinária na Universidade de Cuiabá (UNIC), sendo assim, achou que também poderia levar um pouco sua música pelo caminho do chamado “sertanejo universitário”, o que não deu certo.
 Até agora tenho dois CDs gravados, o primeiro se chama Resgatando raízes, que é voltado para a música caipira, e o outro Só pra ficar na moda. Esse segundo trabalho fiz motivada pelo fato da música universitária ter chegado fazendo sucesso entre os jovens. Escolhi um repertório bem bacana com umas músicas mais voltadas para o estilo universitário, que são as modinhas românticas, baladinhas etc — explica.
— Mas no final de tudo o trabalho mais bem aceito foi o Resgatando Raízes, tradicional caipira, porque o público que frequenta os meus shows quer mesmo é ouvir a viola chorar. E o repertório dos meus shows sempre foi bem dançante, pra ninguém ficar parado.
Sempre envolvida com festas regionais, festivais de viola e rodeios, Bruna concorreu com violeiros de todo o Brasil no ‘I Festival Nacional de Viola’, organizado pelo projeto Voa Viola. Foi a violeira mais votada pelo público para se apresentar em um show no Teatro Nacional Sala Villa Lobos, em Brasília, em dezembro de 2010.
Em 2011 recebeu o ‘Prêmio Rozini Excelência da Viola Caipira’, em Belo Horizonte/MG. Entre os muitos programas de TV regionais que diz ter orgulho de ter participado está oViola Minha Viola, da TV Cultura de São Paulo, apresentado por Inezita Barroso.
— Meu trabalho vem se expandindo mais e mais, e a viola caipira tem rodado muitos estados do Brasil comigo, como RO, MT, MS, GO, MG, SP, PR e SC. E assim vou trabalhando para conquistar o resto do Brasil, e o mundo também, porque recebo o carinho de pessoas de fora do país que acompanham meu trabalho. Para 2014 devo gravar um DVD, algo muito cobrado pelo público — conclui Bruna Viola.
O contato da artista é www.brunaviola.com.br

João Zinclar, o operário da fotografia

O Instituto João Zinclar foi formado após uma reunião realizada no Dia do Fotógrafo, em 8 de janeiro de 2014, no Museu de Imagem e Som (MIS) de Campinas-SP. Na reunião que decidiu pela fundação da instituição em homenagem ao pai, Victoria Ferraro Lima e Silva comunicou a autorização da guarda do acervo ao MIS, onde o fotógrafo realizou exposições, oficinas e palestras voluntárias.  


Por Augusto Buonicore* 


 
 “Sou um comunista que se orienta pelos valores e pela teoria marxista de como interpretar e procurar transformar esse mundo (…), dizia Zinclar.
“Mudar o mundo eu acho que é uma tarefa muito maior do que a fotografia. Mudar o mundo é ter milhões de pessoas na rua em movimentos contra os opressores, contra as ditaduras, é isso que muda o mundo” (João Zinclar, em “Caçadores de Alma”, de Sílvio Tendler)

João Zinclar não está mais entre nós. Aos 54 anos de idade foi vítima de um estúpido acidente rodoviário. Mas pessoas como ele não desaparece tão facilmente. Continuam vivas e nos provocando através das obras que nos legaram.

O seu enterro foi algo bastante emblemático. Centenas de pessoas de todas as organizações políticas e sociais vinculadas aos trabalhadores lá estiveram. Algo que há muito tempo não se via. Aquela manifestação era um retrato fiel do João, que soube como poucos articular a combatividade com a amplitude política. Duas virtudes difíceis de ser compatibilizadas numa mesma pessoa. Sabia que os verdadeiros inimigos estavam do outro lado da cerca. Por sinal, foram eles que inventaram as cercas.

Operário da fotografia, esta era a definição que ele gostava de se dar e não sem razão. Seu pai era ferroviário e sua mãe trabalhadora da indústria pesqueira na cidade portuária de Rio Grande. Sua origem humilde o fez ter que trabalhar muito cedo – aos treze anos - como entregador de roupas, repositor de mercadorias, estafeta em banco etc. Tornou encanador-industrial e com suas mãos de operário ajudou a construir o aeroporto Galeão no Rio de Janeiro, os alto-fornos da Cosipa em Cubatão, a Rhodia em Paulínia e o Pólo petroquímico de Camaçari na Bahia.

Um dia resolveu abandonar aquela vida e, como hippie, envolveu-se em novas e atribuladas aventuras pelo litoral e interior do país. Seguiu “sem lenço e sem documento”, como dizia a canção. Passou a ser um outro tipo de operário, que não tinha patrão e era dono de suas próprias ferramentas e destino. Agora, como simples artesão, produzia brincos, pulseiras, colares e os vendia pelas ruas e feiras de nossas cidades.

Eram tempos sombrios. A ditadura militar considerava os hippiesverdadeiros “parasitas da nação”. Segundo João, quando abordados pela polícia que lhes exigia documentos, “mostrávamos as mãos calejadas não pela enxada de um camponês ou o martelo de um operário, mas pelos alicates com os quais a gente entortava o nosso arame e fazíamos o nosso artesanato”.

No final dos anos 1970, antenado com os novos ventos trazidos pela ascensão dos movimentos sociais, voltou ao seu estado e reassumiu o posto de operário industrial. Os trabalhadores e estudantes já estavam nas ruas exigindo seus direitos e mais liberdade. A fim de participar desse grande processo de mudança que vivia o país, João aderiu ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Em 1984 mudou-se para Campinas. Aqui começou a militar no Sindicato dos Metalúrgicos e se tornou uma das mais respeitadas lideranças operárias da cidade.

Desde cedo João se interessou pela fotografia. Antes de abandonar Rio Grande ganhou uma máquina Cânon do seu irmão. Vez ou outra fazia fotos das atividades que participava. Contudo, somente quando saiu do sindicato pode se dedicar àquilo que mais gostava de fazer. Dizia: “agora eu vou fotografar. Mas, vou fotografar as lutas sociais”.

Toda essa bagagem existencial serviu para transformá-lo num fotografo especial, que sabia como ninguém captar através de suas lentes o que acontecia nas ruas, nas fábricas, nas ocupações e nos assentamentos. Não era alguém estranho a esse meio. Era parte integrante da paisagem social que documentava. Dizia que o que o motivava a fotografar era a luta de classes. E a sua máquina era “um instrumento a serviço das mudanças sociais.

João não se considerava um artista. Nisso ele estava errado. Basta ver as fotos desta exposição – que não são meros registros jornalísticos - ou folhear a sua obra prima “O rio São Francisco e as águas no sertão”. Contrariando a sua opinião, podemos dizer que ele foi um grande artista. Um dos melhores que o movimento social produziu.

No final da vida João não militava mais em nenhum partido, mas nunca deixou de se considerar um comunista. Ser comunista, não dependia de uma simples ficha ou de uma carteirinha militante, e sim do compromisso com as transformações revolucionárias da sociedade, na construção de um mundo mais justo, sem opressão e exploração.

*Augusto Buonicore é historiador.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Tradição das bordadeiras do Carnaval permanece em Barra Mansa

Andressa Paganini
Dom de bordar é visto com orgulho por várias gerações de moradores de  Barra Mansa
Tradição: Dom de bordar é visto com orgulho por várias gerações de moradores de Barra Mansa
Barra Mansa

Mesmo conscientes de que precisariam ser atenciosos e dedicados à mão de obra minuciosa que o trabalho de bordados exige, jovens do bairro Nova Esperança - onde existe um grupo de bordadeiras há mais de 30 anos - não resistiram ao encanto de também fazerem parte do brilho e encanto das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo. Atravessando gerações, o bordado para alas de agremiações carnavalesca da capital vem conquistando um novo público que, desde pequeno, já acompanhava o trabalho de mulheres da família que sempre praticaram esse tipo de arte.

É o caso da bordadeira Thainara Custódio dos Santos, de 19 anos. Filha e sobrinha das bordadeiras Regina Custódio e Janice Custódio, respectivamente, a jovem sempre acompanhou de perto o trabalho na qual as mulheres da sua família foram percussoras na comunidade. "Eu cresci vendo minha mãe e minha tia fazendo bordados e isso sempre me encantou. Aos 14 anos tive o interesse em aprender, elas me ensinaram e hoje eu faço o trabalho com a maior satisfação. O bordado é feito de detalhes e isso torna o trabalho ainda mais interessante", ressalta Thainara.

De acordo com ela, assistir aos desfiles e ver o trabalho feito ao longo de meses sendo exposto ao mundo inteiro é uma satisfação impossível de descrever. "No final o resultado fica muito bonito e é muito bom ver que todo mundo gostou. Isso sem falar no fato do nosso trabalho ser reconhecido e muito valorizado pelos dirigentes das escolas", comenta a bordadeira. Neste ano, o trabalho coordenado pela tia da jovem, Janice Custódio, consiste no bordado de toda a ala da bateria da Estação Primeira de Mangueira; de uma das alas do Acadêmicos do Salgueiro, da ala das baianas da União da Ilha do Governador e da bateria e ala infantil da Imperatriz Leopoldinense.

Há oito anos fazendo bordados para as grandes escolas, o jovem Eduardo Marques da Conceição, de 22 anos, foi influenciado à profissão pela irmã, que hoje já não trabalha mais neste ramo. Ele conta que ainda adolescente se interessou pelo trabalho e que hoje, além de bordar, também arma e risca os bastidores. "Pretendo continuar por muito tempo nessa área porque é o que eu gosto de fazer, mesmo sendo um trabalho que exige muito dedicação e atenção. É muito gratificante ver e saber, que de alguma forma, contribuímos para uma festa tão bonita, que são os desfiles", destaca Eduardo, que também faz aplicações de bordados fora do período de Carnaval.
Trabalho de meses
Conforme explica Janice, os trabalhos com bordados para as escolas têm início em setembro. O grupo é composto por mais de 30 bordadeiras que, na reta final para o Carnaval, encaram uma média de 40 bastidores por dia. Isso porque, segundo a coordenadora, o bordado vem perdendo muito força, devido a utilização de tecidos importados que substituem o paetê. "Nosso trabalho foi intenso neste ano, no entanto podemos afirmar que diminuiu em cerca de 20%, se formos comparar com anos anteriores", afirmou Janice.

Mas, mesmo diante de dificuldades como essa, a bordadeira se orgulha do trabalho realizado, há décadas, e que recentemente foi reconhecido pela indústria do Carnaval com a publicação no livro "Artesãos da Sapucaí", de autoria de Carlos José Feijó e André Nazareth, publicado pela Editora Olhares. O livro foi lançado na versão inglês e português e, conforme conta Janice, ela foi a única bordadeira do município escolhida para estampar a página que detalha a produção e os bastidores do Carnaval.

- Para mim, que comecei aos oito anos de idade, enchendo linha de miçangas e logo a bordar, foi muito gratificante esse reconhecimento. Fiquei muito orgulhosa do meu trabalho e toda a minha equipe. Apesar de já estar nesse ramo, há muito tempo, reconheço que a cada ano é uma emoção diferente quando vejo nosso trabalho encantando tanto gente na avenida - destacou Janice, que faz questão de entregar pessoalmente os bastidores nos barracões das escolas.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,84282,Tradicao%20das%20bordadeiras%20do%20Carnaval%20permanece%20em%20Barra%20Masna.html#ixzz2rZ3fJZQ1

sábado, 25 de janeiro de 2014

Final de semana agitado com o Sesc Mais Humor

Espetáculos acontecem sempre às 20h30min, com classificação de 14 anos

BARRA MANSA
Dando continuidade ao festival de comédias ‘Sesc Mais Humor’, o Sesc Barra Mansa recebe hoje e amanhã dois espetáculos.
O evento já é considerado um dos principais festivais de comédia e humor no Estado do Rio de Janeiro e tem se tornado referência para quem se dedica à arte de fazer rir, muito pela pluralidade de estilos e também por conseguir reunir artistas de várias partes do país. Nesta edição, por exemplo, o público terá humoristas de Manaus e São Paulo, por exemplo, além de Rio de Janeiro e também do Sul Fluminense.
Os espetáculos acontecem sempre às 20h30min, com classificação de 14 anos; os ingressos são vendidos na secretaria do Sesc, situado na Rua Tenente José Eduardo 560, Ano Bom e custam R$5 (associados Sesc), R$ 10 (estudantes, jovens até 21 anos e idosos) e R$ 15 (inteira).
Hoje o espetáculo é ‘MÁdrasta’, de Maycon Renan. Abaixo às princesas. A vilã quer ser celebridade. Cansada de tomar coice no joelho a MÁdrasta resolve lançar um livro e contar toda a verdade sobre os contos de Fadas, no qual leva a personagem à fama. Com o sucesso do livro ela lança seu 1° CD só para baixinhos com músicas divertidas e inéditas para o público infantil, levando também a carreira de atriz, se tornando uma diva.
Já no sábado, é a vez de Lucas Moreira e seu ‘Trago a pessoa amada em uma hora’,  de forma divertida, Lucas Moreira faz análise do comportamento humano e dos relacionamentos.
PROGRAMAÇÃO
Dia 29– “Comício Gargalhada” – Rodrigo Sant’anna
Rodrigo Sant'anna ficou popularmente conhecido ao dar vida a Adimilson, Valeria e agora Adelaide, personagens cômicos do programa Zorra Total da Rede Globo. No palco, dá vida a estes e outros “figuras” neste Comício, uma grande sátira aos comícios eleitorais, em que o voto não é obrigatório, mas o riso é garantido.
DIA30 – “Três pratos de trigo” – Teatro Akasha
Espetáculo com o grupo experimental de Teatro Akasha no qual os atores se desdobram em vários personagens. O enredo é divertido e conta com um desfecho inesperado que promete deixar o público ligado do início ao fim.
DIA 31– “Rindo alto show” – Paulo Vinnicius
Em seu show, Paulo Vinnicius faz observações cômicas sobre si mesmo e sobre temas como trabalho, viagens, propaganda, hábitos comuns, trânsito, família, entre outros.
DIA 01– “TsuNany” – Nany People
Amada por todo o Brasil, a carismática e divertidíssima Nany People fala de forma divertida de diversos temas dos "malsucedidos hábitos" da vida moderna. Plásticas, péssimos hábitos alimentares, exercícios físicos em excesso, entre outros.

BNDES libera recursos para restauração de patrimônio histórico

Recursos não reembolsáveis no valor global de R$ 4,3 milhões, oriundos do Programa para o Desenvolvimento da Economia da Cultura (Procult), foram aprovadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aplicação na preservação e restauro do patrimônio histórico brasileiro. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (24) pela instituição.


museu histórico do estado do Pará
Museu Histórico do estado do Pará. Foto: Divulgação
Desse total, R$ 2,3 milhões serão liberados para o projeto da Fundação Cidade do Rio Grande (FCRG), no Rio Grande do Sul, de renovação museográfica e expositiva do Museu do Rio Grande. Segundo informou o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa, a reforma prevê a criação de um espaço multiuso para apresentação de programas educativos, revisão de instalações elétricas e pintura do museu.

Ainda de acordo com o banco, a obra deverá ajudar no processo de revitalização do porto histórico da cidade. Fundado em 1984, o Museu do Rio Grande conta a história da primeira capital do estado e abriga uma coleção histórica com 6 mil peças e outra sacra, com 2 mil peças.

Os restantes R$ 2 milhões se destinam à Associação Sócio-Cultural Os Bem-Te-Vis e serão investidos na restauração de esculturas e bens da Igreja de Santo Antônio de Itatiaia, no município de Ouro Branco, em Minas Gerais. A igreja, do século 18, é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan) e foi um dos primeiros santuários erguidos na região.

Fonte: Agência Brasil

MIS tem programação especial para o aniversário de São Paulo

Em comemoração ao aniversário de 460 anos da capital paulista, o Museu da Imagem e Som (MIS) realiza a 5ª edição do Conexão Cultural São Paulo, que reúne exposições, intervenções, arte urbana ao vivo, música e gastronomia em um dia inteiro de programação. O tema este ano é “São Paulo, Terra da Garoa”, o evento ocorre no sábado (25), a partir do meio-dia, com entrada livre. 


boss tradicional jazz
O grupo Boss Tradicional Jazz é uma das atrações no MIS
Artistas e coletivos paulistanos foram convidados a criar instalações inspirados no universo da chuva, com a proposta de criar uma experiência visual envolvente.

Os shows ficam por conta do Grupo TRIII, do BOSS Traditional JAZZ e da Trupe Chá de Boldo. Enquanto o público curte música e arte, dá também para aproveitar as degustações de pratos de renomados chefs que traduzem a diversidade paulistana, entre eles o Ceviche, do Suri Ceviches; as massas do Rolando Massinha; os tacos do Obá, além de surpresas paulistanas da chef Mara Salles (Tordesilhas); e brigadeiros e brownies do Chef Lucas Corazza.


Fonte: Catrata Livre

Programa Cultura Viva realiza primeira TEIA em São Luiz (MA)

Na próxima sexta-feira (24) o Programa Cultura Viva realiza em São Luis (MA) a primeira TEIA Estadual da Rede de Pontos de Cultura do Maranhão. O encontro reúne os integrantes do Programa Cultura Viva no estado e representantes da coordenação nacional para um balanço das atividades dos Pontos de Cultura no último ano e pactuação das ações para o próximo período.


Durante a TEIA será realizado o 1º Fórum dos Pontos de Cultura do Maranhão, instância política dos Pontos de Cultura, onde serão eleitos os delegados da Rede de pontos do estado para o Encontro Nacional dos Pontos de Cultura, agendado para o início de maio de 2014, em Natal (RN).

A TEIA do Maranhão está sendo organizada pela Secretaria Estadual da Cultura (SECULT/MA) em parceria com a Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) e com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura (CNdPC).

De Brasília, devem comparecer ao encontro, o secretário substituto da Cidadania e da Diversidade Cultural, Pedro Vasconcellos, e o coordenador-geral de Acompanhamento e Fiscalização da SCDC/MinC, Marcello Nóbrega. Estão previstas também, as presenças da secretária estadual de Cultura do Maranhão, Olga Simão, e do superintendente de Gestão do Programa Mais Cultura no estado, Francisco Barros.

Entre as atividades do evento está a exposição e apresentações artísticas dos Pontos de Cultura do estado. Haverá ainda debate sobre a realidade e as perspectivas da Rede dos Pontos de Cultura do Maranhão. A TEIA será encerrada no dia 26, com a eleição dos delegados para a TEIA Nacional.


Fonte: Ministério da Cultura

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Chico Lopes critica reajuste para o piso dos professores

  O reajuste de somente 8,32% no piso salarial nacional do magistério,

anunciado pelo Ministério da Educação nesta quarta-feira (22), é inaceitável e significa desrespeito à lei do piso nacional da categoria. A afirmação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB), que desde o ano passado vem alertando para o risco de o reajuste do piso dos professores, para 2014, ser menor do que o percentual a que a categoria tem direito, de acordo com a lei. 


“O reajuste deveria ser de 19%, de acordo com o que prevê a lei do piso, respeitando-se a forma de cálculo original. Denunciamos a tentativa de diminuição desse reajuste no ano passado, quando os governadores apresentaram ao Governo Federal um pedido nesse sentido”, afirma Chico Lopes.

Segundo ele, “havia expectativa de um reajuste entre 13 e 15%. Agora, não podemos aceitar um reajuste de somente 8%. Isso é desmerecer o trabalho dos professores e descumprir a lei”, afirmou.

“O valor de R$1.697,00, anunciado pelo Ministério da Educação, é incompatível com a realidade e com o direito dos professores. Pelo que foi discutido, o piso deveria ficar em, pelo menos, R$ 1.800,00. Não se pode aceitar que o Brasil siga destinando tanto dinheiro para questões financeiras, com os juros se mantendo tão altos, e se negue a investir na educação, que terá inclusive novos recursos do pré-sal”, aponta o deputado.

Repúdio e mobilização

Para o deputado, parlamentares, professores, entidades representativas da categoria e a sociedade como um todo devem repudiar esse percentual de reajuste. “Precisamos de uma grande mobilização, em todos os estados, para reverter esse anúncio e garantir o reajuste a que os professores fazem jus. Não é favor! É a lei”, enfatiza Chico Lopes.

Chico Lopes disse que levará o tema à tribuna da Câmara Federal, assim que forem retomadas as sessões no Congresso, e já declarou apoio a ações judiciais a serem apresentadas contra a portaria que fixou os parâmetros para o reajuste de apenas 8%.

“Temos hoje uma realidade desafiadora para o próprio cumprimento da lei do piso, no valor atual, por parte de muitas prefeituras. O Governo Federal deve é acompanhar isso mais de perto, garantir que os recursos que ele tem para complementar o pagamento cheguem às prefeituras, e não atuar para que o reajuste seja menor do que a lei determina”, reforça Chico Lopes.

“Se vamos ter mais recursos e queremos realmente valorizar a educação, não podemos aceitar que a lei do piso seja descumprida. E esse anúncio, nesse percentual, com esses cálculos dessa forma, é descumprimento de lei”, conclui o deputado.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Chico Lopes

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Folia e cultura em Paraty

Divulgação
Pré- Carnaval acontece em fevereiro e dura uma semana em Paraty
Folia fora de época: Pré- Carnaval acontece em fevereiro e dura uma semana em Paraty

Franciele Bueno
franciele.bueno@diariodovale.com.br

"Ó abre alas que eu quero passar, ó abre alas que eu quero passar. Eu sou da Lira não posso negar, eu sou da Lira, não posso negar." (Chiquinha Gonzaga).
Quem não se lembra das inesquecíveis marchinhas de Carnaval que animaram tantas colombinas e pierrôs apaixonados pelas ruas do Brasil? E se você, já quer entrar no embalo das comemorações, o Pré-Carnaval de Paraty acontece de 19 a 26 de fevereiro, no Centro Histórico. A programação já está confirmada. Durante uma semana, haverá apresentação de sete blocos carnavalescos, são eles: "Os Paulos", "Vamos que Tô", "Meninos do Pontal", "Paraty do Amanhã", "Acadêmicos da Patitiba", "Tribo do Samba e Mangueira" - sendo que estes são alguns dos principais responsáveis por arrastar centenas de foliões durante os quatro dias do Carnaval.
Além disso, haverá ainda apresentações de DJs, bandas e blocos de alegorias. A secretaria de Turismo irá realizar também atividades no período dos festejos em comunidades como: Trindade, Tarituba, Centro Histórico e Jabaquara. O evento conta com o apoio da prefeitura, Corpo de Bombeiros, e Policias Civil e Militar, garantindo a segurança dos foliões.
A Banda Santa Cecília e o Bloco da Lama estão entre os destaques do calendário, que conta ainda com a presença de blocos menores, como "Os Caras de Pau", "Nega Maluca" e o "Bloco das Piranhas". Seus integrantes vestem fantasias e acompanham as atrações que se apresentam pelas ruas, brincando ainda mais com o público.
De acordo com o secretário adjunto da Secretaria de Turismo, Gabriel Costa, em média as comemorações de Carnaval, reúnem um público de 30 mil visitantes, entre turistas e residentes e este ano, o diferencial vai ser o apoio de segurança da Polícia Rodoviária Federal.
- O Pré-Carnaval acontece anualmente e é definido pelas secretarias de Turismo e Cultura e em média, recebemos 30 mil visitantes. Para o evento, existe um plano de segurança montado pela Polícia Militar, que prevê o aumento do efetivo em nossa cidade e para este ano, a secretaria de Turismo, irá solicitar o auxilio da Polícia Rodoviária Federal que será mais um órgão apoiando e colaborando para que tudo ocorra bem durante a festa - reforça.
Carnaval
O Carnaval de Paraty acontecerá de 28 a 05 de março, no Centro Histórico, comemorando os festejos nas ruas como manda a tradição.
As comemorações da folia são conhecidas no mundo inteiro e atrai um público muito animado.
A programação também segue com blocos carnavalescos, rei momo, matinê, e desfile de bonecos. Seus integrantes produzem bonecos gigantes em papel machê e saem pelas ruas ao som de marchinhas de carnaval, empolando desde crianças a adultos.
Segundo Gabriel Costa, eventos como este possuem grande importância para divulgação do nome da cidade.
- Os eventos em geral que acontecem em Paraty, possuem grande importância para a divulgação do nome do município nas mídias, promovendo o aumento da taxa de ocupação e atraindo ainda mais turistas para o local. Gabriel acrescenta também que a economia da cidade se fortalece com o turismo.
- A vinda de turistas para a cidade aumenta muito nessa época e com isso a economia do município se fortalece - conclui.
Calendário Turístico 2014
Paraty já tem programação cultural completa para este ano, e dentro do calendário turístico, existe novidades nos eventos. Em 2014, acontece o retorno da folia gastronômica, entre outras atrações. Entretanto, os eventos que já fazem parte do turismo da cidade, como a Flip e o Festival da Cachaça permanecem.
- Este ano teremos algumas novidades como o retorno da Folia Gastronômica, o movimento MIMO - um manifesto aberto e democrático-, que entra no calendário turístico pela primeira vez e irá realizar sua segunda edição em outubro, além do URban Sketinching Symposium, evento de desenho ao ar livre, que pela primeira vez será realizado na América do Sul e que se consolidou como um evento mundial. Outra novidade é o evento esportivo X Terra - revela o secretário adjunto da Secretaria de Turismo, Gabriel Costa.
Cerca de 90% dos eventos do calendário são gratuitos, apenas alguns possuem cobrança de ingresso para algumas atividades.
Os maiores eventos de Paraty são: Carnaval, Réveillon, Festa do Divino, Festival da Cachaça, Flip, Bourbon Festival, Paraty em Foco, MIMO e Paraty Latino.
Flip homenageia Millôr Fernandes
A 12ª da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty - acontece de 30 de julho a 3 de agosto. Realizada sempre no início de julho, terá esta data por causa da Copa do Mundo, que acontecerá em julho no Brasil. Millôr Fernandes é o autor homenageado desta edição. Dramaturgo, editor, tradutor, artista gráfico, ele é uma das figuras mais marcantes da imprensa brasileira.
Millôr recebe destaque em Paraty dois anos após sua morte, em março de 2012, aos 88 anos. É a primeira vez que a Flip homenageia um autor contemporâneo e que já esteve na Tenda dos Autores. Millôr foi um dos convidados da primeira edição da Flip, em 2003.
Serviço
O Pré-Carnaval de Paraty acontece de 19 a 26 de fevereiro no Centro Histórico. O Carnaval será de 28 a 05 de março, nas ruas da cidade. Já a Flip deste ano acontece de 30 de julho a 3 de agosto. A programação completa do calendário turístico cultural está disponível no site [www.pmparaty.rj.gov.br].



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/3,83953,Folia-e-cultura-em-Paraty.html#ixzz2qwzX4i69

Co­le­ção Edu­ca­do­res: 62 obras sobre educação para download

O Mi­nis­té­rio da Edu­ca­ção, em par­ce­ria com a Unes­co e a Fun­da­ção Jo­a­quim Na­bu­co, dis­po­ni­bi­li­za pa­ra downlo­ad a Co­le­ção Edu­ca­do­res, uma sé­rie com 62 li­vros so­bre per­so­na­li­da­des da edu­ca­ção. A co­le­ção traz en­sai­os bi­o­grá­fi­cos so­bre 30 pen­sa­do­res bra­si­lei­ros, 30 es­tran­gei­ros, e dois ma­ni­fes­tos: “Pi­o­nei­ros da Edu­ca­ção No­va”, de 1932, e “Edu­ca­do­res”, de 1959.  


A es­co­lha dos no­mes pa­ra com­por a co­le­ção foi fei­ta por re­pre­sen­tan­tes de ins­ti­tu­i­ções edu­ca­cio­nais, uni­ver­si­da­des e Unes­co.

O cri­té­rio pa­ra a es­co­lha foi re­co­nhe­ci­men­to his­tó­ri­co e o al­can­ce de su­as re­fle­xões e con­tri­bui­ções pa­ra o avan­ço da edu­ca­ção no mun­do. No Bra­sil, o tra­ba­lho de pes­qui­sa foi fei­to por pro­fis­si­o­nais do Ins­ti­tu­to Pau­lo Frei­re. No pla­no in­ter­na­ci­o­nal, foi tra­du­zi­da a co­le­ção Pen­seurs de l’édu­ca­ti­on, or­ga­ni­za­da pe­lo In­ter­na­ti­o­nal Bu­re­au of Edu­ca­ti­on (IBE) da Unes­co, em Ge­ne­bra, que reú­ne al­guns dos mai­o­res pen­sa­do­res da edu­ca­ção de to­dos os tem­pos e cul­tu­ras.

In­te­gram a co­le­ção os se­guin­tes edu­ca­do­res/pen­sa­do­res: Al­ceu Amo­ro­so Li­ma, Al­fred Bi­net, Al­mei­da Jú­ni­or, An­drés Bel­lo, An­ton Maka­renko, An­to­nio Gram­sci, Aní­sio Tei­xei­ra, Apa­re­ci­da Joly Gou­veia, Ar­man­da Ál­va­ro Al­ber­to, Aze­re­do Cou­ti­nho, Ber­tha Lutz, Bog­dan Su­cho­dolski, Carl Ro­gers, Ce­cí­lia Mei­re­les, Cel­so Su­cow da Fon­se­ca, Cé­les­tin Frei­net, Darcy Ri­bei­ro, Do­min­go Sar­mi­en­to, Dur­me­val Tri­guei­ro, Ed­gard Ro­quet­te-Pin­to, Fer­nan­do de Aze­ve­do, Flo­res­tan Fer­nan­des, Fre­de­ric Skin­ner, Fri­e­drich Frö­bel, Fri­e­drich He­gel, Fro­ta Pes­soa, Ge­org Kers­chen­stei­ner, Gil­ber­to Freyre, Gus­ta­vo Ca­pa­ne­ma, Hei­tor Vil­la-Lo­bos, He­le­na An­ti­poff, Hen­ri Wal­lon, Hum­ber­to Mau­ro, Ivan Il­lich, Jan Amos Co­mê­nio, Je­an Pi­a­get, Je­an-Jac­ques Rous­se­au, Je­an-Ovi­de De­croly, Jo­hann Her­bart, Jo­hann Pes­ta­loz­zi, John Dewey, Jo­sé Mar­tí, Jo­sé Má­rio Pi­res Aza­nha, Jo­sé Pe­dro Va­re­la, Jú­lio de Mes­qui­ta Fi­lho, Liev Se­mio­no­vich Vygotsky, Lou­ren­ço Fi­lho, Ma­no­el Bom­fim, Ma­nu­el da Nó­bre­ga, Ma­ria Mon­tes­so­ri, Ní­sia Flo­res­ta, Or­te­ga y Gas­set, Pas­cho­al Lem­me, Pau­lo Frei­re, Ro­ger Cou­si­net, Rui Bar­bo­sa, Sam­paio Dó­ria, Sig­mund Freud,Val­nir Cha­gas, Édou­ard Cla­pa­rè­de e Émi­le Durkheim.

Para acessar click aqui.

Ler é difícil: sobre políticas públicas de incentivo à leitura

"Somos inacabados e a leitura ameniza e intensifica isso" - inicío com as palavras do professor e velho amigo de batalhas, Oswaldo Almeida Junior, e adianto: não tenho uma nova fórmula para solucionar as deficiências da área de leitura, da formação de leitores no Brasil, o que trago aqui são ponderações muito específicas, com todos os limites que elas carregam. 


Por  Ricardo Queiroz Pinheiro, em seu blog*


 
 "Ler é difícil": sobre políticas públicas de incentivo à leitura
Começo com os reflexos das palavras iniciais: amenizar e intensificar. Elas não são apenas a representação do ato solitário de ler, elas pode ser utilizadas sem vaticínios na dimensão pública do universo da leitura, daí passam a abarcar o coletivo e vai além do ato exclusivo e isolado do leitor.

E quando nos referimos à leitura, a história nos fornece registros desse ir e vir entre o individual e o coletivo, as histórias compartilhadas em registros diversos, de início na memória, no boca a boca, para logo após se massificar e ironicamente passar a ser ato isolado por conta das novas técnicas.

Desloco rápido, o pensamento para o ano de 2003, Brasil quando foi implantada a "Lei do Livro", resumindo suas intenções e implicações, em tese ela incide diretamente na desoneração e no consequente barateamento do objeto livro, contiguo a isso foi instituído um Fundo suprido por 1% das vendas de livros no país que seria depositado pelo mercado editorial e utilizado nas políticas públicas de fomento à leitura. 
Pincei um exemplo e deixo um hiato para que pensemos...

Dez anos e alguns meses depois e o preço médio de capa do livro não sofreu os efeitos dessa desoneração, continua caro e elitizado, e o referido fundo segue tímido atolado no descumprimento da lei e nesse sentimento naturalizado de que ignorar regras é um comportamento aceitável. 

Por que o mercado editorial e a cadeia do livro ignorou a referida Lei 11.030, ela tem falhas, ela substimou as regras do mercado, ela não foi pactuada a contexto Ela não serve para a conjuntura Reconhecer uma contradição e dissecá-la é o primeiro passo para intervir e modificar uma realidade, mas há real interesse A ver.

O livro é um objeto unânime, tirante as patologias históricas que mais pelo seus conteúdos, subjetividade e eventual transgressão do que pela forma, o demoniza e o destrói em certas conjunturas, ele é visto de forma positiva pela sociedade. Ler é "virtude" não assumida, é bom sempre para o "outro", podemos dizer que existe um certo cinismo nos discursos de apologia aos benefícios da leitura.

O ato da leitura não implica necessariamente nesse prazer desprendido e cheio de leveza, leitura é hábito, e antes de tudo, é hábito que se adquire arduamente, depende de trabalho, depende de esforço e dedicação. E é nesse aspecto que a apologia fácil se torna falsa, quem a profere, quem a repete assume que a leitura depende desse dispêndio de energia, de disciplina ou apenas joga palavras ao vento para reforçar um falso consenso?

O fato é que essa retórica, essa ladainha incide diretamente nas políticas públicas e nos marcos legais do livro e da leitura, a roupagem do lúdico, do prazeiroso, do frugal encobre a dura realidade do universo leitor, palavras lindas e leves não resolvem as questões da democratização, acesso e circulação, e acaba acomodando tudo na seara das boas intenções e se adia reiteradamente para um constante amanhã.

Outro fator inexorável: a leitura tem um custo material, e o custo nela embutido está implicado diretamente no preço de capa do livro e no custeio do universo do livro e leitura (industria, profissionais, maquina pública etc), nesse baile circula o público e o privado - muitas vezes com seus papéis distorcidos e misturados, como é de costume nessa realidade de ideologias difusas - no topo dessa torre de babel é decidido o rumo dos recursos públicos aplicados.

Volto então aos verbos do Oswaldo (desculpem a banalização das palavras do amigo), amenizar, sim, amenizar com leis e ações práticas, mas nunca esquecer que a intensificação das cobranças, dos resultados e das consequencias nos mostram um quadro praticamente inalterado na democratização da leitura. As leis, os divisores de água, os marcos legais fazem aniversário como tudo, e nesse caso, o que nos cabe é comemorar com cobrança.

E quem convocar para fazer a devida cobrança das leis não cumpridas? Quem encabeça a lista: bibliotecários, professores, escritores (principalmente os "não contemplados"), leitores, como juntar pessoas e mesmo grupos que agem isolados? 

O ano de 2014 é ano de eleição no nível federal e estadual, ano de rediscutir as políticas públicas e as prioridades em todas as áreas, uma boa oportunidade para avaliar o que é real, o que é promessa, o que é de fato, o que é discurso, o que é leve, o que é pesado. Como disse acima, leitura dá trabalho e exige dedicação e empenho, momento de unir o ameno ao intenso e dar rumo a essa prosa solta.

*Blog Klaxon SBC

Museu Histórico do Estado do Pará abre exposição sobre Portinari

O Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP) abre a exposição ‘Portinari na Coleção Castro Maya'. Composta por 57 obras originais, entre pinturas, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de 1938 e 1959, a mostra evidencia a relação de amizade entre Portinari e o colecionador Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968), que resultou na acumulação do maior acervo público do pintor - considerado o maior artista da pintura modernista brasileira.


museu histórico do estado do Pará

A mostra traz as obras de Portinari adquiridas por Castro Maya em leilões, galerias de arte e no próprio ateliê do artista. Os destaques são "Menino com Pião" (1947), "O Sonho" (1938), "Grupo de Meninas Brincando" (1940), "A Barca" e "O Sapateiro de Brodósqui" (1941), "Lavadeiras" (1943) e "Morro n. 11" (1958), além da série "Dom Quixote".

Belém é a terceira capital brasileira a receber a mostra que conta com apoio do Ministério da Cultura. A exposição tem curadoria de Anna Paola Batista e estará aberta para visitação até 02 de março de 2014.

Portinari
Nascido em 1903, numa fazenda de café em Brodowski, no interior de São Paulo, Portinari manifestou talento para a pintura desde cedo. Começou a desenhar aos seis anos e aos nove participou, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, auxiliando pintores italianos. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola Nacional de Belas Artes.

Foi reconhecido nacional e internacionalmente e virou tema de livros e mostras, dentro e fora do País. Além de desenhos, pinturas e gravuras, Portinari se destacou com seus painéis e murais. Alguns exemplos são o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e os painéis que decoram o edifício-sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A produção de Portinari, ao longo da vida, é estimada em aproximadamente cinco mil obras. O pintor morreu no Rio de Janeiro, em 1962.

Exposição Portinari na Coleção Castro Maya

Visitação: (terça/quarta/quinta/sexta) 10h às 18h; (sábado/domingo/feriados) 10h às 14h.
Local: Museu do Estado do Pará. Praça Dom Pedro II, s/n - Cidade Velha – Belém.
Telefone: 91 4009 9833

Fonte: Museu Histórico do Estado do Pará